O governo federal avalia liberar cotas extras do seguro-desemprego em 2020 para quem foi demitido em função da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). A prorrogação do benefício ficaria limitada a este ano, dentro do estado de calamidade pública, e, desse modo, o gasto extraordinário não afetaria o teto de gastos.
A ideia é criar duas parcelas adicionais do benefício para quem teve demissão sem justa causa, com desligamento entre 20 de março e 31 de dezembro. O debate da proposta de centrais sindicais acontece desde julho pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), órgão que analisa o seguro-desemprego.
O plano, entretanto, elevaria as despesas do governo em mais de R$ 16 bilhões e poderia se estender para 2021 para as demissões no fim do segundo semestre. Porém, o afrouxamento fiscal não deve se estender em 2021, já que o estado de calamidade pública decretado pelo Congresso permite despesas extraordinárias até 31 de dezembro.
Assim, o crédito extraordinário teria uso para cobrir a despesa urgente e imprevisível. Assim, as parcelas extras se limitariam a este ano, com uma versão do governo que reduziria o custo. Projeções iniciais mostram que o gasto poderia ficar menor que R$ 8 bilhões.
Todavia, a contraproposta beneficiaria apenas aqueles que tiveram demissão no começo da pandemia e ainda recebem o seguro-desemprego. Enquanto para aqueles que tiveram demissão recente não haveria tempo suficiente para alcançar cotas extras até dezembro. Com o adiamento da decisão, o número de desempregados afetados se reduz.
A votação do projeto sofre adiamento desde julho por representantes do Ministério da Economia, que solicitaram um prazo para estudar a proposta, e o governo prepara uma contraposta ao colegiado que tenha custo menor. Segundo o ministro Paulo Guedes, no momento não existe recurso para dar mais duas cotas extras no seguro-desemprego.
Na última reunião do conselho, em setembro, o governo adiou a decisão e pediu 15 dias para apresentar uma contraproposta. Mas o prazo se encerrou na semana passada.
Conforme as discussões mais recentes, os integrantes do colegiado defendem que as cotas extras só sejam pagas até dezembro. Com o desembolso, o custo ficaria fora do teto de gastos.
Para prorrogar o seguro-desemprego, é necessário aprovação da Codefat e da edição de uma Medida Provisória (MP) para abrir o crédito. A aprovação precisa de pelo menos 10 votos favoráveis.
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Fonte: Folha de S.Paulo